quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Escritura de formalização

Chegou o dia em que oficializámos a nossa associação.

... Após um longo processo e algumas burocracias para o registo do nome e obtenção do certificado de habilitação que permite a oficialização do processo.

Na Terça-feira, dia 18 de Dezembro de 2007, passava das 18 horas, quando se procedeu ao ínicio da cerimónia da escritura de constituição da Associação Turismo Acessível, um acesso Para Todos, iniciada pela leitura da constituição e descrição dos sócios fundadores e dos estatutos, pela Doutora Deolinda (notário).

As boas vindas a este grupo, que tem um grande desafio pela frente, esteve a cargo do Doutor Pedro Silva, Presidente da Região de Turismo da Rota da Luz, que desde o primeiro dia nos apoiou. De entre os presentes salientamos o senhor Arquitecto Lima Pacheco, Ecoria, Associação da Hotelaria Regional do Distrito de Aveiro (AHRDA), imprensa regional e nacional, colegas e amigos.

Queremos agradecer a todos o apoio que nos tem sido dado desde que surgiu a ideia de se criar a Associação de turismo Acessível, um Acesso Para Todos.

Em particular:

  • O apoio da Região de Turismo da Rota da luz a nível jurídico, administrativo e financeiro;
  • À câmara municipal de Aveiro, pela cedência do espaço;
  • À APCC, pela colaboração e orientação na criação da associação, uma vez que foram os nossos grandes impulsionadores;
  • À Engenheira Paula Teles, Doutora Carla Faria, Doutor Adelino Ribeiro, Doutor Aquilino Rodrigues, Doutor José Guilherme, Arquitecto Lima Pacheco e Doutor Rogério Patrício, um grande obrigado por nos mostrarem a realidade das barreiras turisticas.

Ao Hotel Moliceiro, agradecemos a oferta do cocktail que se seguiu à cerimónia.



É objectivo desta Associação contribuir para a normalização dos padrões de acessibilidade no turismo em Portugal.


Dado que estamos a finalizar o ano de 2007, Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos, encerramos com chave de ouro, com o nascimento da Associação de Turismo Acessível, um acesso Para Todos.


Deixamos aqui algumas imagens:
Nota: a seguir encontra-se uma sequência de imagens do acto de oficialização da APTTA: o discurso do Doutor Pedro Silva, Presidente da Região de Turismo da Rota da Luz; a leitura dos estatutos pela Dra. Deolinda Rolo, assinatura da escritura pelos vários membros da APTTA e o discurso de agradecimento, e o cocktail feito no Hotel Moliceiro.


Algumas noticias publicadas:



O desafio está lançado,

contamos consigo!!!

9 Dezembro - Dia Nacional da Pessoa com Deficiência

Comemorámos este dia, apresentando ao público em geral:

O Primeiro Percurso Acessível Para Todos, intitulado "Aveiro Doce e Salgado".

Proporcionámos uma passagem pela cultura Aveirense, numa visita guiada por técnicos de turismo acessível, com apelo aos sentidos, que incluiu provas de degustação da doçaria regional da Fábrica de Ovos Moles, passando pela tradição dos Marnotos, a conservação do Sal nos Palheiros, a Capela de S. Gonçalinho e o Museu da Cidade, entre outros locais típicos do Bairro da Beira Mar.

A partida foi feita do edifício da Região da Turismo da Rota da Luz pelas 15h30 e terminámos com um lanche oferecido pela Associação de Turismo Acessível, com os patrocínios do Jumbo, Carrefour e CMA.

Contámos com um grupo heterogénio, composto por crianças, jovens, idosos, um grupo de pessoas invisuais, um grupo da ACAPO e alguns elementos pertences ao blog "O Gang da Esclerose Múltipla".

Durante o lanche, tivemos o "feedback" deste percurso, por parte dos participantes que nos descreveram as dificuldades sentidas no seu decorrer.

Estamos todos de parabéns, pois as barreiras apontadas foram as arquitectónicas, que, com boa vontade conseguiremos ultrapassar. Os técnicos de turismo acessível, informaram e receberam os maiores elogios.

A presença da Doutora Paula Marques, responsável pelo Departamento de Acção Social da CMA, foi incansável nos esforços, acompanhamento e facilidade no transporte, ao grupo da ACAPO.

Agradecemos em especial à Salineira Aveirense e à Fábrica dos Ovos Moles por nos receber.

Obrigado a todos!!!

Alguns momentos registrados:

Nota: a seguir encontra-se uma sequência de imagens do passeio acessível: mercado do peixe, palheiro de sal, fábrica de ovos-moles, capela de são Gonçalinho e o lanche.

8 de Dezembro - Convite para presenciar de Serviços de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência

Fomos convidados como parceiros na "Semana Viver Diferente", pela Câmar Municipal de Aveiro, pelo Departamento de Acção Social que é dirigido pela Doutora Ana Paula Marques, para assistir à cerimónia de assinatura do Protocolo de Constituição de Serviços de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência (SIM-PD), a celebrado entre o Instituto Nacional para a Reabilitação e a Câmara Municipal de Aveiro.

Tivemos o prazer de conhecer a Excelentíssima Senhora Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Doutora Idália Moniz, que veio presidir à cerimónia de assinatura do Protocolo e a Doutora Luísa Portugal, Directora do instituto Nacional para a Reabilitação, que explicou aos presentes, o objectivo deste acordo.

Nota: a seguir está uma fotografia da Senhora Secretária de Adjunta e da Reabilitação, Doutora Idália Moniz, cumprimentando os convidados no final da assinatura do protocolo SIM-PD.


Assim, como tivemos o prazer de agradeçer pessoalmente ao Digníssimo Senhor Presidente da CMA, Doutor Élio Maia, a cedência do espaço para a nossa sede.

Nota: a seguir está uma fotografia da Senhora Secretária de Adjunta e da Reabilitação, Doutora Idália Moniz, e o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Doutor Élio Maia, cumprimentando Isabel Franco no final da assinatura do protocolo SIM-PD.

3 de Dezembro - Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Com as actividades comemorativas deste dia, pretendíamos oferecer um dia diferente a pessoas que possuíssem algum tipo de limitação. Contámos com actividades turísticas e recreativas acessíveis Para Todos:

  • Espaço Lúdico Inter-Geracional da responsabilidade da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Coimbra;
  • Espaço dedicado a pinturas faciais apoiado por David Monteiro (técnico de educação especial e reabilitação), Rita e Irina;
  • Participação de atletas Para-Olímpicos, que trouxeram a exemplificação do Jogo do Boccia e manobras de mobilidade;
  • Participação do CASCI-Ílhavo com a Salinha da Amizade;
  • Passeios de moliceiro entre o Cais da Fonte Nova (em frente ao Centro Cultural e de Congressos de Aveiro) e o Canal Central, em frente ao edifício da Região de Turismo da Rota da Luz.

Para a concretização de todas as actividades deste dia, tivemos alguns apoios aos quais agradecemos. Foram eles:

  • Câmara Municipal de Aveiro, pelo apoio logístico e espaço cedido;
  • Meliá Ria Hotel & Spa, pela oferta do almoço a todos os elementos da equipa de montagem;
  • Cruz Vermelha Portuguesa, delegação de Aveiro, pela disponibilização de uma equipa de primeiros socorros e ambulância;
  • Jumbo de Aveiro, pelas águas oferecidas;
  • Carrefour Portugal, pela oferta de bolos secos.

A todos um muito obrigado pela participação neste dia!!

Aqui ficam alguns momentos:

Nota: a seguir encontra-se uma sequência de imagens das actividades feitas: o almoço no Meliá Ria Hotel & Spa, passeio de moliceiro, Boccia jogado por atletas Para-Olímpicos.

A divulgação

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência assinalado hoje

Acções de sensibilização até Domingo

A autarquia aveirense inicia, hoje, dia Internacional das Pessoas com Deficiências, o programa "Viver Diferente", que contempla acções de sensibilização sobre esta temática e cujo encerramento decorre no domingo.

O projecto "Viver Diferente" arranca, hoje, no edifício da antiga Capitania, onde vai decorrer o encontro "Respostas Sociais de Apoio à Deficiência".

(...)

Dia 3

Durante a tarde, haverá um espaço lúdico inter-geracional, com passeios de moliceiro e de canoa, organizado pela Associação de Turismo Acessível em parceria com a APPC (Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral do núcleo de Coimbra), CASCI Ílhavo (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), ECORIA e Sporting Club de Aveiro.

(...)

Dia 9

Também, durante a tarde, será efectuado o Primeiro Circuito Turístico Acessível Para Todos "Aveiro, Doce e Salgado".

A iniciativa "Viver Diferente", Organizada pela Câmara Municipal de Aveiro em parceria com o Governo Civil de Aveiro, o Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, a CERCIAV, a APPACDM, a ACAPO, a APTTA (Associação de Turismo Acessível para Todos) e os Agrupamentos de escolas de Aveiro, Esgueira e Eixo, tem como pressupostos sensibilizar e mobilizar a população em geral e todas as entidades para a importância da construção de uma sociedade inclusiva, assente na igualdade de oportunidades, onde sejam reconhecidos os direitos efectivos das pessoas deficientes e/ou com incapacidades de vária ordem.

in Diário de Aveiro

(edição de 2ª feira,

3 de Dezembro de 2007)

Ver também: http://www.oln.pt/noticias.asp?id=14375

As primeiras acções desenvolvidas

Apesar de todas as burocracias inerentes à criação e registo de uma Associação, não nos deixámos vencer e enquanto grupo de trabalho, resolvemos comemorar os dias dedicados às pessoas com algum tipo de limitação, nomeadamente o dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, e o dia 9 de Dezembro, Dia Nacional da Pessoa com Deficiência.

O grupo de trabalho desta Associação foi convidado a estar presente e a integrar as suas acções na programação da semana "Viver Diferente", organizada pelos serviços de acção social da Câmara Municipal de Aveiro.

Nota: a seguir está o cartaz de divulgação das actividades da semana viver diferente.

Nota: a seguir está o “flyer” com o programa da semana viver diferente.

Primeira notícia publicada

Associação Portuguesa de Turismo Acessível para Todos

«Há muita coisa que pode ser feita sem gastar muito»
Sílvia Bastos, Rui Lopes, Paula Portela, Carla Filipe, Ana Oliveira e Isabel Franco (da esq. para a dir.) constituem o grupo de trabalho da APTA

A APTA – Associação Portuguesa de Turismo Acessível Para Todos ainda não existe no papel, mas já está a preparar um conjunto de iniciativas para tornar o turismo em Aveiro mais acessível aos que se movimentam com dificuldade. Composta por um grupo de pessoas ligadas ao turismo e às necessidades especiais, a APTA vai prestar serviços de formação, informação, consultadoria e animação. A data para a constituição formal desta associação ainda não foi acordada, mas até ao final de Novembro ela estará no terreno a alertar para a necessidade de melhorar as acessibilidades e alterar consciências.

Como é que surge a APTA?
A APTA – Associação Portuguesa de Turismo Acessível Para Todos surgiu no âmbito de umas acções de formação da APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – de Coimbra, que tiveram lugar na Rota da Luz, de Maio a Julho deste ano. Durante essas sessões, notou-se a existência de uma lacuna neste sentido, de falta de acessibilidades nas várias vertentes do turismo. Todo o grupo - somos cerca de 15 - está ligado ao turismo de alguma forma, ou à questão das acessibilidades e necessidades especiais.

Quais são os objectivos desta associação?
O principal objectivo é a normalização dos padrões de acessibilidade, trabalhando com a oferta e com a procura. Pretendemos trabalhar no sentido de melhorar os espaços e os acessos para as pessoas e fazer chegar essa informação aos visitantes. O turista - quer tenha limitações físicas ou não - decide fazer uma viagem. Consulta-nos e nós sugerimos um percurso acessível, construído em função das limitações de cada pessoa. Fazemos uma rota, incluímos os vários hotéis… Até porque, enquanto associação, vamos sugerir um leque de opções, e cabe à pessoa, depois, escolher.
De que forma é que a APTA pretende ser acessível para todos?
O próprio suporte de informação será também completamente acessível. Temos um portal que está a ser construído de forma a ser acessível por todas as pessoas, folhetos informativos e cartões de visita, tudo está a ser pensado para normavisuais e invisuais. É nosso objectivo criar uma base de dados no sentido de captar empresas, grupos, associações, que se juntem a nós, colaborem, de forma a que a própria comunidade interaja connosco.

Este trabalho de requalificação vai passar muito pela Câmara?
Depende. Há muita coisa que pode ser feita sem que seja preciso gastar muito dinheiro. É preciso ver o que está mal e que soluções existem para os problemas. Há coisas que podemos alterar facilmente… Por exemplo, na rua João Mendonça, temos o passeio, cheio de elevações, depois um candeeiro mal posicionado, depois os cartazes das pastelarias no passeio… Basta isso para que a pessoa, no espaço de poucos metros, tropece.

E as restantes intervenções?
Não nos podemos esquecer que, mesmo com um percurso mais ou menos acessível, a cidade está aberta, a pessoa vai andar por aqui. Basta descer do autocarro e tropeçar no passeio, que está todo mal feito, para se magoar. Por isso há uma série de acções que terão ter de ser feitas pela comunidade e pelas instituições. Aveiro não tem casas de banho públicas – a que há está ocupada por uma senhora e um cão! A própria Rota da Luz tem más acessibilidades… Há coisas que nem nos apercebemos, mas basta vir com um carrinho de bebé ou de muletas que já se nota. Mas acho que só o facto da associação estar a ser criada e de falarem em nós vai fazer com que as pessoas parem e reflictam – e esse é o primeiro passo para a mudança de mentalidades. O turismo é uma máquina de fazer dinheiro, e quando os agentes turísticos se aperceberem que estão a perder certos segmentos de negócio, vão começar, eles próprios, a intervir.

E há a questão das mentalidades…
Claro, para além das barreiras arquitectónicas, temos a barreira da consciência das pessoas. Falta algum respeito pelos outros. Os particulares, as pessoas que têm os restaurantes, as lojas de artesanato, todos eles têm de se adaptar para receber bem pessoas com deficiências, com cadeira de rodas, invisuais, idosos. É preciso despertar as consciências, formar as pessoas, educá-las para essas questões. Estão previstas acções de formação nesse sentido, é um dos nossos principais objectivos. Até porque um passeio arranja-se, uma rampa põe-se, mas mudar a cabeça das pessoas é um bocadinho mais difícil. E sabemos que existem pessoas que se deslocam em cadeira de rodas que evitam sair de casa porque não se sentem à vontade.

Essa mudança não terá de passar também pela legislação?
A legislação já existe, e entrou em vigor em Fevereiro a nova versão, revista. Mas, não se sabe porque razão, ela não é cumprida. Bastava cumprir o que está na lei que os acessos estavam garantidos.

A APTA tem apoios locais?
Temos apoio técnico, jurídico e mesmo em termos de recursos humanos por parte da Rota da Luz. A Câmara cedeu uma morada na Casa da Cultura. Foi-nos dito que a casa está a ser re-estruturada, e que teremos um espaço físico quando terminarem as alterações. E temos feito cerco cerrado às instituições da região, que tem sido bem recebido.
Também é importante dizer que a associação tem sede em Aveiro, mas o objectivo é trabalhar a nível nacional, no futuro. Queremos expandir através dos Welcome Centres – Centros de Boas Vindas aos Turistas -, que serão bancas de informação colocadas juntos aos principais pontos turísticos. Queremos vir a ser uma referência ao nível da acessibilidade no turismo em Portugal.

Um sector economicamente atractivo
De acordo com a APTA, para além da questão da igualdade de direitos e oportunidades, o turismo acessível para todos encerra um forte potencial de negócio, factor atractivo para o sector dos serviços. Dados fornecidos pela associação revelam que a percentagem de individuos com incapacidade na Europa, no ano de 2006, corresponde a 10 por cento da população, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas , em todo o mundo. Destas, 30 por cento serão incapazes de viajar, ou seja, 15 milhões de pessoas. A APTA antevê que, no turismo acessível. exista um potencial de 15 milhões de pessoas, que viajem duas vezes por ano. Ao todo, contabilizam-se 30 milhões de turistas internacionais, o que, prolongando a sua estadia por cinco noites, traduz um total de 150 milhões de dormidas em alojamento. Um estudo desenvolvido sobre o potencial de férias de turistas alemães com incapacidade declarada concluiu que 40 por cento dos inquiridos viu, pelo menos uma vez, renunciada a possibilidade de ir de férias devido à imposição de um elevado número de barreiras; e cerca de metade afirmou que viajaria mais se tudo se tornasse mais acessível. Tendo em conta que turistas com incapacidade viajam, habitualmente, acompanhados, o estudo estima que o retorno anual com turistas alemães com incapacidades poderá estar compreendido entre os 2,5 biliões e euros 4,8 biliões de euros, num ambiente turístico totalmente acessível.

Percurso Acessível
O Grupo de Trabalho com vista à criação da Associação de Turismo Acessível Para Todos vai realizar, no próximo domingo, dia 9, o seu primeiro percurso acessível para todos, intitulado «Aveiro Doce e Salgado». O local de partida é o edifício da Região de Turismo da Rota da Luz, onde serão organizados pequenos grupos que irão ficar a conhecer o percurso proposto pela APTA.

Soraia Amaro
in Diário de Aveiro
(edição de Domingo,
2 de Dezembro de 2007)